quarta-feira, 1 de abril de 2020

V Domingo da Quaresma

“Quem acredita em mim, ainda que tenha morrido, viverá”


“Tempo de Acreditar”

Estaremos mesmo dispostos a acreditar? É certo que a nossa vida, e a de tantos e tantas, é abalada e atravessada, muitas vezes, por acontecimentos e atrocidades que não conseguimos explicar, nem eliminar o nosso sentimento de tremenda impotência. No entanto, a fé que nos é proposta e que nos leva a arriscar é posta em causa, mas não deveria ser eliminada. Pode ser questionada, mas não deveria ser anulada.
Dizermos que temos fé e que acreditamos leva-nos a não sabermos tudo. Leva-nos a acreditar num Pai que Se revela num Filho e que dinamiza todo o Seu amor num respirar divino e santo. Leva-nos a acreditar, muitas vezes contra tudo e todos, que a Vida não é finalizada quando todos a sentenciam ou quando a morte nos bate à porta. Acreditar e ter-se fé neste Deus revelado por Jesus Cristo é confiar que o amor nos pode salvar. É crer que Deus, sendo amor, pode o que o amor pode. E o amor pode tudo. É aderir na nossa liberdade e na nossa fragilidade a uma proposta que jamais poderá ser resolvida, mas que nos pode resolver e levar à nossa verdadeira aceitação.
O dom da fé foi-nos dado gratuitamente, mas não depende somente da obra do Espírito Santo para que ele se mantenha, por isso somos chamados a questionar-nos: tu ainda acreditas? Tu ainda acreditas em Deus? Em Jesus Cristo? No Espírito Santo? E na nova Vida que vem d'Ele e por Ele? Se sim, então como nos manifestamos e como "transportamos" esta fé?
Haverá fé na Terra se nos deixarmos confiar numa espera que anda de esperanças (Emanuel António Dias).